quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Botão Barbearia[0.314/2007]
Continua o assalto [ III ]

BarreirasAntónio Costa e o falam da derrota que sofreram na AML quanto à sua pretensão de aumentarem o IMI dos lisboetas evocando razões de justiça fiscal.

Era realmente o que nos faltava, que agora os autarcas surgissem também com pretensões de justiceiros fiscais. O que deveriam fazer era tentar compensar os seus munícipes da carga fiscal e tratar de gerir a cidade com os muitos recursos que lhes advém das escandalosas tributações feitas aos lisboetas, tanto em sede de impostos e taxas cujas receitas a artarquia recebe do OE, como nas outras cobradas silenciosamente nas contas de água, electricidade, telecomunicações, etc. e deixassem as questões de fisco e de justiça fiscal para quem tem por dever fazer a arrecadação das receitas.

Pelo menos tentem ter o bom senso de não seguir pelo caminho da facilidade de raciocínio que os leva a declarar publicamente que quem tem casa vaga deve arrendá-la porque, ou não sabem do que estão a falar, ou a cegueira da demagogia já nem sequer os deixa perceber que a grande maioria das casas que queriam taxar em dobro pertencem a pessoas que não as podem arrendar nem reparar porque são vítimas de um Estado que, em vez de cumprir as suas obrigações sociais, obriga os proprietários a substitui-lo mantendo rendimentos miseráveis das rendas que recebem e que muitas vezes não bastam para as despesas que têm.

Ainda bem que a solução proposta não foi avante e, em especial para aqueles que não conseguem entender que os proprietários de casas em Lisboa não têm de ser forçosamente ricos, nem especuladores, principalmente os proprietários de imóveis antigos, sugiro que observem quantos inquilinos não vivem em muito melhor desafogo e tranquilidade do que aqueles que lhes arrendam habitações por tuta-e-meia.
LNT
Rastos:
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8 comentários:

Pedro Sá disse...

Não há mesmo paciência para esta lógica de que as pessoas são sempre umas coitadinhas que sofrem. No caso concreto, estão basicamente a pagar pelo que fizeram elegendo Santana e Carmona. Ponto.

António de Almeida disse...

-Há uns dois anos atrás, tendo uma casa vaga, preferi esperar quase um ano, até conseguir vendê-la, ainda que a custo inferior ao seu valor de mercado, do que alugar, que nunca considerei sequer opção, face a problemas e dificuldades que esta solução apresenta. Não foi em Lisboa, mas concelho de Loures, no entanto Lisboa seria de igual problema. Onde resido hoje, a autarca já anunciou ir cobrar a taxa máxima permitida, e pretende enviar carta aos municipes, explicando a "bondade, e necessidade" da opção. É uma lógica perversa, a de que o estado gasta melhor o nosso dinheiro, da qual discordo profundamente, mas a continuar, qualquer dia não teremos sequer dinheiro que nos possam cobrar.

LRC disse...

Caro LNT,

Compreendo a tua revolta fiscal, poia partilho dos mesmos sentimentos. Contudo, há 1.500 milhões de euros para pagar e investimentos que precisam de ser feitos, como tu dizes (e bem).
António Costa poderá fazer como fizeram Santana Lopes e Carmona Rodrigues: é tudo à farta, não se paga a ninguém e quem vier a seguir que tenha a dor de cabeça.
Seria a continuação da Irresponsabilidade, que os Lisboetas recusaram pelo voto.

Abraço
LRC

Luís Novaes Tito disse...

Caro LRC

António Costa e a sua equipa, que honestamente considero de pessoas inteligentes, tem de saber fazer aquilo que devem, isto é, gerir com racionalidade os recursos que têm.

Há muito dinheiro mal e inutilmente gasto que deveria ser canalizado para aquilo que é importante.

POR EXEMPLO:

Ninguém, a não ser os do costume, estão preocupados com o que será o espaço Parque Mayer.

A CML que venda com condições expressas esse espaço a privados e deixe de andar a desbaratar milhões em projectos megalómonos.

Aproveite o que não gasta e mais o que resulta desse negócio e evite taxar ainda mais quem começa a ter dificuldade em pagar o que já tem de pagar.

A assim fazer, terá o reconhecimento dos seus eleitores.

Caso contrário irá receber a penalização que merece.

Já todos estamos fartos de que nos metam a mão no bolso para pagarem as asneiras sucessivas que se fazem e das quais nunca aparecem responsáveis.

Luís Novaes Tito disse...

Como sempre tenho dificuldade em responder ao Pedro Sá, porque é-me difícil entendê-lo.

Será que o prezado bloguista cantor paga o mesmo de IMI que eu?
Se sim, acha que paga pouco?
Acha que deve pagar mais?

E já agora,
Saber fazer é fazer aquilo que tem de ser feito, isto é:
Se qualquer um de nós tem de gerir a sua vida com aquilo que tem, porque é que quando determinadas pessoas chegam ao poder não fazem o mesmo em vez de irem ao bolso dos outros para o desbaratarem a seu belo prazer?

Não seria preferível gerir com eficácia e eficiência e assim gerarem valor para poderem cumprir os seus programas?

Luís Novaes Tito disse...

ntónio Almeida só para lhe dizer que estou de acordo consigo.

Sei de inúmeros casos em que as pessoas começam a ter de se desfazer das suas coisas, algumas adquiridas com endividamento de uma vida, para poderem pagar as alcavalas que o Estado lhes impõe.

Isto dos impostos e taxas começa a deixar de ser um dever cívico e cada vez mais se parece com um assalto legal.

Pagam sempre os mesmos e só paga mais quem já pagava alguma coisa.

maloud disse...

O António Costa pode falar com um dos seus ex-ajudantes {era assim que o actual PR lhes chamava, não era?} do ministério e ele explica-lhe tim por tim o problema dos senhorios com rendas antigas. Deve ficar de graça a consultoria.
Declaração de interesses: pago IMI à taxa máxima {Rui Rio assim obriga} e não tenho inquilinos. Livrámo-nos deles vendendo abaixo do valor no início dos anos 80. Foi um excelente negócio, para ambas as partes

Pedro Sá disse...

1. Não moro no município de Lisboa.

2. Quando há dívidas, elas têm que ser resolvidas, certo ?