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sábado, 25 de abril de 2015

Pela última vez

Aos figosUma vez mais foi ele mesmo, sem chama, sem noção do cargo que ocupa, sem considerar que, antes de tudo e como todos os estudos de opinião revelam, os portugueses não se revêm em si.

Uma vez mais, partidário e chefe de facção, a apostar em deixar para a História a sua pequena estória, a sua neura, a sua incapacidade de assumir a voz da Nação, de se fazer povo, aquele povo que cometeu o erro de o eleger, ao longo dos últimos trinta e tal anos, para desempenhar os mais elevados cargos do Estado.

Foi o seu último esgar num dia da Liberdade.

Não deixa saudades.
LNT
[0.216/2015]

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Reiterações

GaivotaTodos nós reiteramos que, embora muitas vezes possa parecer, não andamos a dormir.

Todos nós reiteramos que, embora não se refira nas reiterações presidenciais, ainda não estamos esclarecidos sobre a sua participação como accionista da SLN, então detentora do BPN.

Todos nós reiteramos que, embora a permuta Mariani/Gaivota continue por esclarecer na totalidade, continuamos a estranhar que tantos amigos tenham assentado arraiais de férias num mesmo condomínio que tem mais aroma a off-shore do grupo onde se incluía o BPN do que a brisa do mar.

Pela minha parte reitero também que Mário Soares, por quem mantenho o maior respeito, poderia evitar algumas reiterações que contrariam toda a sua filosofia de vida, mas isso é outra conversa que não irei reiterar.
LNT
[0.385/2013]

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Reflexos

MagritteComo tudo teria sido diferente se tivéssemos um poeta ao leme em vez de termos um contabilista daqueles que nunca erram, raramente se enganam e que dissimulam para não reconhecer que não sabem fazer contas.

Na altura andavam uns a olhar para o umbigo e outros para a braguilha. Agora, uns e outros estão vasectomiazados e lamentam-se da esterilidade.

Há coisas irreversíveis e normalmente assim são as coisas relacionadas com as mutilações, excluindo as relativas às regenerações das lagartixas.
LNT
[0.367/2013]

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Em 2013

Bandeira da RepúblicaFica para memória que, no Cinco de Outubro deste ano, tivemos um discurso de Presidente da República feito por um Presidente da Câmara e um outro de Presidente de Junta feito por um Presidente da República.

Razão tenho ao não deixar de aconselhar à minha clientela que olhe para o autarca com olhos de ver e ganas para o fazer o Mais Alto Magistrado da Nação.

Recordarão nessa altura que o que distingue uma República com um Presidente de uma outra tutelada por uma Magistratura (activa) de Influência é a menor serventia do Tribunal Constitucional.
LNT
[0.359/2013]

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Poder-se-á chamar palhaço a um presidente da República?

Nariz vermelho
Poder, pode, mas não se deve.

Pode-se porque a liberdade de expressão faz parte do canhenho (art.º 37) que o Presidente teve de jurar para ser Presidente.

Não se deve, porque o código penal diz que a ofensa à honra do PR constitui crime.

Competirá aos tribunais decidir se apelidar um Presidente da República de palhaço é uma ofensa à sua honra.

Esta barbearia já solicitou um esclarecimento ao Sindicato dos Palhaços Portugueses para apurar se também ele se sente ofendido com a expressão de Sousa Tavares e se lhe pretende mover um processo mas ainda não conseguiu, até ao momento, qualquer resposta.
LNT
[0.131/2013]

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Lindos de morrer

Cavaco e MerkelEle (para ela): Vais comer um cabritinho a São Julião?
Ela (para ele): Juliau? Was queres dizierr com Juliau?

Ele (para ela): Julião, não sabes, mas cabritinho não se te escapou.
Ela (para ele): Einsnibal! ainda no m’eixpliscaste que ser Juliau.

Ele (para ela): Não te posso explicar, Angelinha. Se tu soubesses ias preferir comer o cabritinho na Cova da Onça.
Ela (para ele): Eixplica sim, Einsnibal, por favorr. Eu querrer saberr porrque estás já a pegarr nesse nako de bolo-rrei parra encherr a boca. Cheirra-me à marrosca.

Ele (para ela ainda com o naco de bolo-rei na mão): Se te disser não pões o Pedrito de castigo?
Ela (para ele): Disparrate. Punha lá o meu garina de castigo. Erra lá capaz de castigarr o benjamim que põe o povo a pão e água e põe a sua Reichskanzler ao pé da água a comerr cabrtita com sopas de cavalo-cansado da Bacalhôa 2009.

Ele (para ela): Então aqui vai. Mas se ele te perguntar como soubeste, dizes que foi a Manuela Ferreira Leite que te disse, combinado?
Ela (para ele): Combinada.

Ele (para ela já a mastigar o naco de bolo-rei): Antes de ti, o último chefe de estado que esteve em São Julião foi o Kadafi e dizem que a partir desse momento a vida lhe começou a correr menos bem. O Paulinho também viveu por lá uns tempos, quando foi Ministro dos não sei quê e do Mar, e quando deu por ele já estava despedido.
Ela (para ele): Ich no perrcebo nada do que tu me dizerr. Já chega desta converrsa de gatafunhas e vamos ao cabrrito e à vinhaça.
Nun, Herr Präsident Einsnibal, zunächst ganz einfach auf wiedersehen und danke.
LNT
[0.568/2012]

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Caleidesvaco

CaleidesvavoE no entanto existe!

Não se percebia muito bem para que serviria este Presidente da República mas agora já estamos informados.

Serve para inaugurar hotéis de luxo.

Tanto dinheiro tão mal gasto (não, não estou a falar do dinheiro gasto com o hotel).
LNT
[0.556/2012]

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O Povo será sereno?

Palácio São Bento em obras

A estória conta-se em meia-dúzia de linhas e é importante que se conte para que fique de registo aos esquecidos.

O Governo anterior (aquele que o PSD, CDS, PCP e BE fizeram cair com a bênção do Presidente da República), num dos seus três PECs apresentados em 5 anos de função, cortou 10% dos salários dos trabalhadores da administração pública tendo a medida sido considerada excepcional e temporária (porque nunca fez sair o diploma legal com a nova tabela de vencimentos).

O actual Governo nomeado pelo Presidente da República, ambos eleitos com a maior abstenção da história pós-liberdade, composto pelos Partidos que exigiram o recurso à Troika (e o PSD – com Catroga - foi parte activa das negociações e condições para que ela viesse) numa estratégia de tomarem o poder tendo um álibi que os desresponsabilizasse daquilo que queriam fazer (a teoria do “para além da Troika custe o que custar” é a prova) e ainda na estratégia de manipulação da opinião pública através do chavão de ter sido o governo anterior a chamar os estrangeiros (sem nunca explicarem que esse plano era seu e que o Governo anterior já estava demissionário quando, por imperativo nacional na sequência do chumbo das suas propostas, se viu obrigado a tal recurso) em pouco mais de um ano já apresentaram três pacotes de austeridade que fazem os do PS parecerem insignificâncias.

Este Governo decretou manter o corte dos 10% nos salários da AP que vinha do Governo anterior, decretou que Portugal precisava de uma política de empobrecimento e decidiu também que aos sectores público e privado fossem retirados 50% do subsídio de Natal.

Este Governo decretou que, para continuar a política de empobrecimento em 2012, se retirassem dois meses de salário ao sector público, aos reformados e aos pensionistas e que, para todos os cidadãos incluindo aos miseráveis, se aplicassem taxas de IVA que deitassem o consumo dos bens essenciais por terra.

Este Governo, não satisfeito com o álibi da Troika engendrado por si e pelo Presidente da República, arranjou um novo álibi atacando o Tribunal Constitucional (único órgão do poder que ainda garante a Constituição Portuguesa). À pala de uma decisão do TC, que exigia esforço igual perante as dificuldades, anunciou ir decretar para 2013 que todos os trabalhadores do País irão pagar mais 1,5% de TSU e que passarão a receber menos 5,5% de salário que reverterá directamente para os lucros das empresas capazes de sobreviver ao decréscimo de consumo (monopólios entretanto migrados para a mão de particulares, alguns para a mão de estrangeiros que os adquiriram a preços de saldo).

A estória fica contada para memória. Havia ainda muitos outros pormenores que se podiam acrescentar mas tinha prometido só usar meia-dúzia de linhas.

Como diz o PM na sua qualidade de cidadão e pai: “isto não fica por aqui”.

Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco Silva e Marcelo ainda não viram o povo em fúria e estão convencidos de que a sua ignorância da História de Portugal os salva porque “o Povo é Sereno”.
LNT
[0.413/2012]

domingo, 8 de julho de 2012

Custe o que custar, mesmo para além de…

Passos CoelhoJá todos entendemos de que o “custe o que custar” pode ir para além da legalidade e do cumprimento dos próprios preceitos que definem a existência do actual Governo.

Já todos nos apercebemos de que a mil vezes evocada condição de economista do Presidente da República o faz confundir o juramento constitucional de cumprir, defender e fazer cumprir a Constituição, com a sobreposição dos seus interesses partidários e com o cumprimento, defesa e obrigatoriedade de cumprimento do Orçamento do Estado, mesmo que seja contra os interesses nacionais e contra a Constituição.

Já todos entendemos que o Presidente da República justifica os seus actos, nomeadamente este que revela uma quebra consciente e assumida do seu juramento constitucional – uma vez que tinha declarado, anterior e publicamente, estar consciente da violação da norma constitucional - com desculpas esfarrapadas como a de que nunca, anteriormente a ele, algum Presidente havia inviabilizado um OE e omitindo (como aliás é useiro e vezeiro em omitir no que lhe interessa (lembram-se da questão das pensões em que só falou de uma parte insignificante do que recebia?), que também nenhum dos seus antecessores tinha promulgado conscientemente uma Lei que contivesse clausulas inconstitucionais.

Já todos nos apercebemos de que Paulo Portas só aparece quando os actos estão consumados e que se faz sempre de vítima quando os escândalos de que é co-responsável já são do domínio público.

Já todos nos apercebemos de que este Governo exerce a política da chantagem e da ameaça e que só se prontifica a negociar depois de verificar que a sua chantagem não funciona (caso da greve dos médicos e da dos pilotos da TAP).

Já todos nos apercebemos de que a agenda é despedir 100.000 trabalhadores da Administração Pública e que a estratégia seguida está a caminho de concretizar esta agenda.

Já todos nos apercebemos de que o “ir mais além” é o ensaio para se saber até onde podem ir e que, se não lhes explicarmos que já foram longe demais, tentarão ir sempre ainda mais além.

Já todos nos apercebemos de que, quando a Troika tiver de admitir que as suas políticas são miseráveis e que não servem os seus próprios interesses (porque não é possível conseguir o reembolso de quem já nada mais tem para reembolsar), irá desculpar-se com “o mais além daquilo que tinham proposto” com que Passos Coelho e Paulo Portas entenderem empobrecer Portugal.

Já todos entendemos de que o “custe o que custar” está à beira de custar o próprio cumprimento dos nossos compromissos internacionais.

Já todos entendemos e parece que só o Governo não entendeu ainda, de que estamos no caminho errado e de que a determinação do actual poder mais não é do que uma teimosia na defesa dos interesses de muito poucos à custa do inadmissível sacrifício de todos os outros.
LNT
[0.338/2012]

sábado, 21 de janeiro de 2012

Omissões, inverdades e vídeos

MuppleyDesta vez foi Cavaco. Acredito que ele tenha dito o que disse para explicar que também lhe caiu em sorte uma parte dos "sacrifícios" exigidos aos portugueses e que faz parte do grupo daqueles a quem eles são impingidos de forma desigual.

No fundo Cavaco é pensionista e é sobre os pensionistas e os trabalhadores da administração pública que estão a recair as maiores cargas de pancadaria.

Cavaco Silva, o Presidente que jurou a Constituição, que reconheceu que as medidas tomadas por este Governo ferem o princípio da igualdade enunciado nessa mesma Constituição e que mesmo assim promulgou as medidas sem consultar o Tribunal Constitucional, é o mesmo que agora se lamenta por lhe ter sido retirado parte do seu sustento a favor de muitos que não são chamados equivalentemente a colaborar no esforço nacional.

Até aqui entendeu-se (incluida a incoerência), a partir daqui ofendeu-nos.

Quando só refere a pensão de 40 anos como Professor e fala de 1.300 euros mensais está a falar de qualquer coisa da qual omite razões. Nenhum professor universitário que trabalhou 40 anos recebe 1.300 euros de reforma a não ser que os descontos feitos se refiram a parcelas muito curtas de trabalho diário.

Quando não refere o valor da pensão que recebe de Banco de Portugal nem o tempo que nele fez descontos para a poder usufruir, está a tentar enganar aqueles a quem dirige a mensagem. Sabemos que as pensões do Banco de Portugal são uma afronta a todos os que trabalharam toda a vida, fizeram descontos toda a vida e agora estão na dependência da prepotência de uma entidade patronal que unilateralmente lhes subtrai parte do pagamento.

Quando diz que prescindiu do ordenado que a sua função lhe determinou e não explica o porquê, isto é, que entre o ordenado de Presidente da República e aquilo que recebe em reformas acumuladas preferiu as reformas por lhe darem um rendimento superior, está a tentar fazer de parvos todos os cidadãos.

Quando informa que ele e a sua mulher foram muito poupados toda a vida e que agora usam parte dessas poupanças para fazer face à vida de luxo que levam (porque a quem 10.000 euros mensais não chegam tem de ter uma vida de luxo) está a insultar todos os portugueses que nunca puderam poupar porque o dinheiro nunca lhes chegou até ao fim do mês.

Azar não ter acontecido mais perto do Natal. Alguém lhe teria metido uma fatia de bolo-rei na boca e teríamos sido poupados a mais este ultraje.
LNT
[0.045/2012]

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pau de vela

A vela que ilumina o túnelComo sabem, não sou analista político, embora todos os barbeiros o sejam.

É com tiradas deste género que o político mais político que Portugal tem desde há 50 anos, se consegue insinuar como um não-político, ou melhor, como um marginal à política.

Mesmo sabendo-se que anda nesta vida – onde já fez de tudo menos ser autarca – Cavaco revela-se um às da arte. E fá-lo com tal mestria que consegue convencer quem não lhe conheça as manhas que, apesar de ter muitos mais anos de política partidária do que de professor e de economista, nada tem a ver com a política e com as politiquices.

Porque não tenho grande consideração por politiqueiros e porque não faço parte do grupo que o próprio informou na noite da glória serem os seus portugueses, interessou-me pouco o facto de ele ter convocado a Judite de Sousa para apresentar a conversa em família.

Apanhei a parte final devido a um zapping ocasional para fugir da publicidade que passava nos outros canais e gostei de o ver repimpado como um lorde, palácio ao fundo, brilhantina a condizer com o bronze, sapato engraxado na perfeição e polido a cuspo pelo mordomo a anunciar que, embora ninguém esteja acima das dificuldades, a vida corre-lhe de feição. Pena não ter falado em alemão para que Dona Doroteia o entendesse melhor.

Fez o seu papel. Encarnou como vela do bolo de aniversário (ou melhor, dos 100 dias) do mais falador Primeiro-ministro alguma vez existente em Portugal.
LNT
[0.411/2011]

terça-feira, 22 de março de 2011

Sócrelho versus Coelhócrates

Cavaco aos figosCavaco, a quem tudo se permite e para quem a comunicação social nunca olha com a mesma intensidade com que olha para outros actores políticos, possivelmente pela sua cassete de político apolítico, atirou para a praça, em tempo de venda de sonhos, que a sua não eleição à primeira volta implicaria a subida de juros nos "mercados". Foi eleito à primeira e os juros ainda não pararam de subir, coisa nunca mais referida. Adelante!

Cavaco anunciou, no tempo da venda de sonhos, que a sua magistratura se basearia na negociação de soluções e que, decorrente da sua formação nas áreas da economia, Portugal iria estar melhor preparado para o que aí vinha. Da negociação de soluções foi o que se viu. O discurso limão da vitória e o discurso toranja da posse foram marcas registadas da negociação que pretendia fazer. Da sua vantagem de ser economista, os resultados estão à vista e não precisam de comentários.

Resta a capacidade de gestão política para termos um quadro completo do que representa Cavaco neste seu segundo mandato.

Pelo que se apercebe dos bombardeamentos mais ou menos dramáticos que nos vão entrando em casa todos os dias, a solução Sócrates ou Passos Coelho é a mesma, ou seja, aquela que foi enunciada na semana passada na UE e que amanhã vai a votos em São Bento. Resta saber se a gestão será Sócrelho ou Coelhócrates. Para tal, Cavaco deixa "correr o marfim" e dá indicações para que se comece a limpar o pó das urnas onde iremos depositar o voto e possivelmente enterrar a esperança.

Se o que aí vem for gestão Coelhócrates, Cavaco ainda vai ter alguma coisa para se agarrar mas, se for uma gestão Sócrelho, foi tudo em vão. A inabilidade do Presidente da República fica patente, pela desnecessidade, pela ruína e pelo mal que resultará de tudo isto para todos nós, incluindo os da facção com quem ele não está a ajustar contas.

Sei que se diz que cada povo tem aquilo que merece mas, ainda assim, merecíamos mais e melhor do que isto.
LNT
[0.098/2011]

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A fava dos mercados

Bolo-reiQuando mais logo, pelas 20:00 horas, no Mercado da Ribeira, os apoiantes de Lisboa da candidatura de Manuel Alegre se reunirem para jantar, farão ver que na ementa do dia não consta o prato de favas-contadas que Cavaco dá a entender existir.

Aliás, talvez para surpresa de muitos que atacam Manuel Alegre sem nunca dizerem qual o candidato que apoiam, é mesmo bem possível verem, nas Janeiras, Cavaco a engasgar-se com a fava depois de ter andado todos estes anos a gozar as boas-acções que as boas-moedas meterem na massa com que lhe fizeram o bolo-rei.
LNT
[0.475/2010]

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O exercício da desresponsabilização

Aníbal Cavaco SilvaOntem ouvi, incrédulo, o exercício da desresponsabilização no seu expoente mais elevado.

Um homem estimável, é certo, mas com responsabilidades acrescidas perante os cidadãos de Portugal subiu ao palco, como se não tivesse qualquer responsabilidade do estado calamitoso em que nos encontramos, para de lá informar que se recandidata a fazer, por mais cinco anos, aquilo que fez nos últimos cinco.

Pouco adianta, e já se ouve por aí o habitual "a culpa é dos outros", dizer que ele não poderia ter feito mais e melhor. A verdade é que fez mal e pior, é responsável, tem experiência (conforme confirmou), tem sabedoria e conhecimento (conforme informou), teve na sua mão o poder de zelar pelos nossos interesses e acaba o mandato, que agora iremos avaliar, com todos os objectivos que se determinou a cumprir muito abaixo das metas propostas.

Cavaco Silva não é um homem qualquer. Foi Ministro das Finanças, foi Primeiro-Ministro durante os dez anos em que o dinheiro comunitário jorrou como mel dentro de uma misturadora de betão e para a mão da classe empresarial mais irresponsável da Europa que tratou de o derreter em mordomias, ganhou duas maiorias absolutas, presidiu ao então maior Partido político português e concorre pela terceira vez ao cargo de Presidente da República.

Cavaco Silva, um professor de economia, diz apresentar-se com humildade perante os seus concidadãos para que eles julguem o péssimo trabalho que desenvolveu.

Desta vez não há enganos, estamos a sentir na pele e no bolso o seu mau desempenho.

Não se trata de um teórico manual de estudo ou de um trabalho académico. Trata-se do mundo real, das dificuldades patentes, da pobreza, da destruição da qualidade de vida, da inoperacionalidade da nossa economia, do falhanço completo das promessas com que se candidatou há cinco anos.

Em qualquer empresa gerida por objectivos, um presidente com tal desempenho, já teria sido despedido há muito. Nós somos os accionistas desta e é esse desempenho que iremos votar. Os outros poderes não estão agora em avaliação.
LNT
[0.375/2010]