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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Os fins e os meios para os atingir

Keiti OtaDeixando para considerações futuras o comportamento das duas partes que ambicionam apresentar um candidato do PS com credibilidade para que o Presidente da República venha a empossar como Primeiro-ministro nos termos da Constituição, ficam algumas questões sobre o desenrolar do processo interno para escolha do futuro Secretário-Geral do PS, caso o actual não atinja a meta a que agora se propõe.

Também para esse processo deixo de parte o comportamento das linhas que se apresentarão a votos porque creio que a violência verbal e o extremar de posições será ainda maior do que aquele que tem havido nesta fase e aponto cenários que alguns apelidarão de mirabolantes, como sempre se apelidam quando são apontados, e que só o deixarão de ser quando se comprovarem como realidade.

Imaginemos, por absurdo, que António José Seguro, no dia 28 de Setembro, deixa de ser o candidato a sugerir ao PR caso o PS consiga vencer as legislativas e em virtude disso cumpre a sua palavra e se demite do cargo de Secretário-geral abrindo o processo eleitoral para a liderança do PS e consequente marcação de um Congresso Nacional para debate e aprovação das linhas programáticas e moções políticas (e eventuais revisões estatutárias, a manter-se a ideia de que os actuais estatutos não servem).

1- António Costa e António José Seguro apresentam candidaturas ao cargo de SG.

É um cenário no mínimo estranho uma vez que, se Seguro perder as directas e por tal se demitir, não parece curial.

2- António Costa apresenta-se como candidato único ao cargo de SG.

É um cenário no mínimo estranho uma vez que significará a desistência de todos os que não estão conformados com o avanço perpetrado contra a actual direcção.

3- António Costa apresenta-se como candidato e contra ele apresentam-se um ou vários candidatos ao cargo de SG.

É um cenário interessante principalmente se Costa perder essas eleições ou se tiver uma vitória de Pirro uma vez que, no primeiro caso, deverá abrir novo processo para escolha do candidato a sugerir ao PR para o cargo de PM ou, no segundo caso e aplicando a lógica em voga, terá de se demitir à mesma.

O imbróglio criado tem responsáveis mas não terá fim, restando por saber se o fim de tudo isto não foi precisamente criar um tal imbróglio que só possa ser resolvido com o aparecimento de nova força política (que possivelmente até já foi testado como piloto nas últimas europeias).

Um fim como qualquer outro, mas um fim que o Partido Socialista não merecia que lhe tivesse sido decretado.

Bom fim-de-semana.
LNT
[0.279/2014]