segunda-feira, 9 de junho de 2008

Botão Barbearia[0.506/2008]
Outros Mundos, outras mãosCorgi Toys


Pego na recordação de João Távora e revejo-me lá longe, entre a sala das brincadeiras e o quintal da Sousa Loureiro, a marcar pistas para os Dinky e Corgi Toys e a montar as linhas, túneis, pontes e passagens de nível da Märklin.


Uma mão cheia daqueles modelos de ferro, duro como as cabeças podiam comprovar quando as zangas de seis irmãos os usavam como arma de arremesso, eram quanto Dinky Toys bastava para tardes seguidas de entretimento com os amigos do colégio. Coisas possíveis por ter um pai oficial da marinha mercante que trazia novidades do exterior num tempo em que mal se sabia haver exterior.


Os Märklin já eram coisa outra, mais sensível, não arremessável e de tratamento delicado com arrecadação em caixa própria não fossem dobrar-se os encaixes das linhas ou avariarem-se os transformadores. Märklin Gozo maior de crianças traquinas, horrorosas, era montá-lo perto do formigueiro de formigas gigantes que havia debaixo do pinheiro e pôr uma mosca sem asas do lado contrário da linha. Neste jogo, as formigas eram fulcrais. Tanto serviam de maquinistas como de vítimas de trucidação, a maior parte das vezes por atravessarem a passagem de nível sem respeitar o sinal vermelho e o aviso sonoro que emitia.

Tudo memórias maiores de infâncias que andavam longe dos inexistentes centros comerciais e das ainda mal inventadas maquinetas electrónicas, telemóveis e quejandos que entretanto transformaram a sociabilidade do contacto em mensagens de SMS.
LNT
Rastos:
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-> Märklin

4 comentários:

Elisandra Amâncio disse...

Muito legal as fotos dos carros e do trem. Abraços!

João Távora disse...

Também tive uns Corgi Toys, nomeadamente um Jaguar E assim como este com que ilustra o seu texto.
Respira-se bem neste seu estabelecimento!ABÇ,

Anónimo disse...

Grande corte de cabelo, caro Barbeiro. Não menosprezando, óbviamente, os que acima e abaixo se misturam nesta confluência dos dias. Mas este foi, para meu gosto pessoal, daqueles que tornam um corte e uma barba bem escanhoada algo de inolvidável. Partilhar o passado de forma nostálgica, mas com classe, é símbolo de bem saber. Obrigado pelas marvilhas escritas e fotografadas.

Luís Novaes Tito disse...

Um barbeiro que tem clientes destes só pode ser agradecido.

Um abraço