segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Blogos(fera)

Conceição de TaviraHá muito boas razões para um barbeiro poder passar um fim-de-semana sem tosquiar.

Mas há razões mais fortes do que outras, por exemplo, por ter dedicado o tempo livre a trabalhos de casa em favor de determinada comunidade ou por preferir reflectir sobre o que os outros escrevem e como escrevem do que despejar um saco de pedras esquecendo as razões que levam cada um a ter o seu espaço de partilha pública.

A Blogos(fera) já foi muito mais Blogos e menos Fera. Já foi muito mais humana do que politicamente correcta. Já foi muito mais diário do que enfeite. Já foi muito mais vida do que fingimento. As coisas evoluem, sabe-se e deseja-se, mas era bom que evoluíssem para melhor, pelo menos que evoluíssem no sentido de ler os outros imaginando a pessoa que se lê e não o teclado com que escreve.

Adelante.
LNT
[0.681/2009]

15 comentários:

Maria disse...

Amigo Barbeiro:
Completamente de acordo consigo.
Qualquer dia isto perde a graça.

Anónimo disse...

Assino por baixo, bela maneira de começar a semana!
OFB

Joana Lopes disse...

Assino e volto a assinar, caro Luís.
Interessante era discutirmos os PORQUÊS. São vários, certamente, mas alguns, mais ou menos recentes, agravaram uma situação que vinha a desenhar-se - longa discussão para uma Caixa de Comentários...

CPrice disse...

Alinho com a Joana, Caro LNT .. os porquês e os porque não? sempre me encantaram.
Gostei imenso da conclusão deste seu texto.

Abraço*

maloud disse...

"Sabe? Senti pela primeira vez que esta blogosfera de agora não se dá ao trabalho de ler os outros (já que vai ler...) cuidadosamente, nem a tentar perceber o que está escarrapachado nos textos... e que se tornou (se calhar já era e não dei fé) liminarmente punitiva".
Retirado há meia dúzia de dias de uma caixa de comentários. Depois das "feras" atacarem.

causa vossa disse...

Caro Barbeiro

Por mais civilizados que sejamos há momentos assim em que perdemos a compostura.

Mas, inevitavelmente, isso não nos impede de não saber separar o trigo do joio. E quantos dentes, hoje, se quedam fragilizados pela dureza do joio que teima em alastrar ... e os homens da luta continuam numa clara evidência que já não há humor em Portugal ... hoje, só atrás das grades de uma carrinha celular!

alfacinha disse...

O senhor da barbearia tem o talento para dizer as coisas lindas

mdsol disse...

Sr. Luís da Barbearia

Gostei desta reflexão mas, eventualmente por andar bastante atarefada, não lhe entendo o alcance particular. Assim, reafirmo o enorme prazer de aqui vir e espero que os serviços por aqui continuem para satisfação de tão vasta clientela.
:)))

Daniel Santos disse...

Muito bem!

Luís Novaes Tito disse...

Um abraço a todo(a)s e vamos em frente.
Talvez possamos fazer alguma coisa por isto.

jpt disse...

não sou muito dado às saudades para com as idades de ouro primevas (já em 2004 muitos diziam o que o sô Luís aqui lamenta, lembra-se?). Mas em não o negando não deixo de resmungar que esta bestialização [aka "besferização"] da tal blogos muito passa pelo colectivismo institucionalista dos blogs-partidários, mais regimentos do que outra coisa qualquer. De missão em missão, nada mais. Opiniões minhas, apenas. E com toda a certeza contrárias a quem os patrocina

Joana Lopes disse...

Opinião sua, jpt, e minha também: a crescente colectivização arregimentada «estragou» muita coisa, fomentou (talvez inevitavelmente) em muitos dos seus membros a agressividade. Com honrosas exceções, como a do barbeiro desta casa, é claro...

jpt disse...

Concordo com a excepção do teclado aqui residente, e espero que isso seja explícito. Mas também o sei grande participante nesse neo-blogoparadigma. Com todo o direito. Mas o dr. Frankenstein também era bem intencionado e náo gostou da criatura que concebeu - a qual, diga-se, era bem mais pura (e até bela, em certo sentido) do que ele próprio, coisa que neste caso não poderemos considerar.

Helena Araújo disse...

Estou com a mdsol, e não abro: o que se passou?
(espero que não estejam a falar de mim... ;-) Como habitualmente, o interessado é sempre o último a saber)

Pela minha parte, só me dei conta que este ano de eleições nos deixou quase todos a ferver. Pode ser que agora as coisas acalmem e os textos nos blogues ganhem em emoção o que perderem em estratégia.
A pouco e pouco deixei de ler os grandes consórcios, e vou-me ficando por um punhado de PME que oferecem altíssima qualidade.

Joana Lopes disse...

Gosto dessa das PME's, Helena: têm acesso difícil ao crédito e por isso muitas vão vendendo acções às grandes empresas. Mas outras resistem.
Abraço