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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Cucos

CucoNesta santa sexta-feira lisboeta ainda escorre a gordura das sardinhas que faz o tráfego deslizar sem grande fricção. Mesmo os transportes públicos andam a metade da carga o que proporciona que os megafones de serviço possam debitar de forma mais audível.

Foi o caso daquele, aparentemente irritado, que gritava no Metro das nove e tal os impropérios de quem tinha a noção de colher acordos: "Estes grandes cabrões andam a gamar quem trabalha para encher o bandulho. Cambada de chulos que só descansarão quando conseguirem retirar-nos tudo aquilo que conseguimos com a morte do fascismo".

Perante o olhar ausente dos seus imaginários interlocutores rematava: "Grandes filhos-de-puta, nunca mais voltarei a votar. São todos iguais!" e saiu na paragem seguinte, possivelmente para embarcar na composição seguinte e repetir o número.

Eu, para os meus botões, fiquei a pensar que sim, que o megafone tinha razão nos impropérios e na afirmação de que são todos iguais, embora aqueles que conseguiram atribuir aquilo que estes querem retirar, sejam mais iguais.

Como costumo dizer aos meus amigos mais à esquerda, a diferença entre os PS e eles não se mede em tamanho mas em tempo. O PS implementa medidas que o resto da esquerda combate (muitas das vezes de braço dado com a direita) para que, meia-dúzia de anos depois, as esquerdas à esquerda chamem conquistas a essas medidas e as defendam como suas.

Façam como diz o megafone. Quando chegar a altura, não votem, não, porque eles são todos iguais...
LNT
[0.178/2013]